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Mostrando postagens de abril, 2009

8 meses

Hoje, dia 29, completam-se oito meses de falecimento do meu pai.   É uma saudade que não passa.   Não passa, mas vai mudando.   Não ouço mais a voz dele me chamando quando chego em casa, mas sinto falta de seu sorriso, seu jeito, seu humor.   As lágrimas ainda brotam, quase diariamente.   É, saudade dói...        
"Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual. Somos seres espirituais passando por uma experiência humana " (Teilhard de Chardin)   Esta frase me falava profundamente no coração. Hoje não sei se ando meia herege, ou agnóstica mesmo. A pieguisse já não faz mais parte do meu ser. Há alguns dias atrás, me classificaria como atéia.   Descrente que estou da instituição igreja, da humanidade em geral.   Entretanto, um padre me fez mudar de opinião. Mas não um padre qualquer, um padre católico. Mas não um católico neo-conservador, como a grande massa do clero retrô de hoje.   Um padre que de tão apaixonado pelo reino, deu a vida por ele. Um reino concreto, não um reino virtual, cheio de anjos e flores de perfume anestésico.   Oscar Romero é seu nome, um mártir de uma Igreja que está morrendo, sufocada por clégimas e costumes medievais. Que se fecha em si mesma e deixa os pobres do lado de fora, morrendo de dor e de fome, porque &#

Escutatória

(Rubem Alves) Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade: A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incap